Ao longo da história, os resultados do desenvolvimento científico transformaram radicalmente nossa forma de viver. Quando observamos nosso cotidiano, repleto de medicamentos, tecnologias digitais e sistemas complexos de informação, reconhecemos o imenso impacto da Ciência em nossas vidas. Mas, você já se perguntou, <O QUE É CIÊNCIA?>
Origens da Ciência: Observação e Registro
De acordo com Paul Freedman, no clássico ‘The Principles of Scientific Research (1949)’, a ciência nasceu da observação e do registro de padrões. Foi assim que os babilônios, por exemplo, conseguiram prever as posições do Sol e da Lua já em 600 antes da Era Comum.
Mas é claro que, quando falamos desse fenômeno em seu princípio, não estamos tratando de saberes especializados sobre vários temas, e sim, de poucas práticas baseadas em princípios gerais.
De acordo com o autor William Bynum, no livro ‘Uma breve história da ciência (2014)’, essas práticas eram – de modo geral – centradas em cálculo, astronomia e medicina.
- Cálculo, “porque é preciso saber ‘quantos’ antes de poder plantar colheitas e negociar com outras pessoas ou para ver se há um número suficiente de soldados ou construtores de pirâmides à disposição.”
- Astronomia, “porque o Sol, a Lua e as estrelas estão tão intimamente relacionadas aos dias, meses e estações, que o registro cuidadoso de suas posições é essencial para os calendários.”
- Medicina, “porque,quando as pessoas ficam doentes ou se machucam, é natural que busquem ajuda.”
Desenvolvimento Científico: da Antiguidade à Modernidade

Com a transição para o que chamamos de modernidade, o modo de fazer ciência mudou radicalmente.
Nesse estágio, os então filósofos naturais, como eram chamados – Galilei, Kepler, Descartes, Newton, dentre outros – adicionaram ao tradicional “observação e registro” ferramentas como a matemática e, sobretudo, o senso de experimentação.
E esse novo conjunto de ferramentas deu origem a métodos mais racionais.
Por conta desse passado recente, todos somos levados a acreditar que a ciência se trata de uma atividade construída por meio de um código de racionalidade rígida somado a critérios imparciais.
Mas essa é uma concepção bastante antiquada. Porém, como apontado no artigo ‘Para uma imagem não deformada do trabalho científico‘, essas ideias ultrapassadas ainda estão enraizadas no público em geral, e fazem parte, inclusive, do discurso de gente da própria ciência atual.
Ciência Básica e Aplicada: Pilares do Desenvolvimento
OO mundo natural é o grande laboratório da ciência. Como explica o portal ‘Understanding Science‘, a ciência estuda a matéria, as forças que agem sobre ela, os seres vivos, as sociedades humanas e os produtos dessas interações.
Dentro deste vasto campo, há duas divisões principais:
- Ciência Básica: Pesquisa e desenvolve conhecimentos sem o objetivo inicial de aplicá-los a uma finalidade específica. Por isso, também é conhecida como ciência pura, ou ciência fundamental.
- Ciência Aplicada: Desenvolve soluções para problemas definidos, o que geralmente se desdobra em produtos tecnológicos. E essa característica faz com que muitas pessoas tratem CIÊNCIA e TECNOLOGIA como sinônimos.
Embora diferentes, essas duas vertentes se relacionam de forma dialética:
A ciência aplicada depende dos avanços da ciência básica para desenvolver novas tecnologias, enquanto a ciência básica, por sua vez, encontra na prática da ciência aplicada novas questões que realimentam o processo de investigação científica.
Bases Atuais do Desenvolvimento Científico

Ao longo da história, a busca pelo conhecimento passou por transformações profundas. A ciência moderna, diferentemente de abordagens anteriores, se apoia na incerteza como motor do conhecimento e na experimentação como caminho para desvendar os segredos da natureza.
O historiador Yuval Harari, em ‘Sapiens: Uma Breve História da Humanidade’, aponta que essa nova maneira de pensar se estrutura sobre três pilares fundamentais:
- Admitir a ignorância: Ao contrário das civilizações antigas, que frequentemente viam o conhecimento como algo já dado e completo, a ciência moderna parte do princípio de que há muito a ser descoberto. Esse reconhecimento é a força da investigação científica, pois abre espaço para novas perguntas e impulsiona a busca por respostas.
- Valorizar a observação e a matemática: O conhecimento científico não se baseia apenas na especulação, mas na análise rigorosa da realidade. Observar, medir e quantificar os fenômenos permite compreendê-los de forma objetiva, identificando padrões, formulando hipóteses e testando previsões.
- Adquirir novas capacidades: A ciência não se contenta em apenas descrever o mundo, ela busca transformá-lo. O desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias expande nossa capacidade de investigar, criando um ciclo contínuo de descobertas.
Do telescópio de Galileu (aprimorado por ele) ao acelerador de partículas do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), cada avanço amplia nosso campo de visão e redefine o que é possível saber.
Mais do que um conjunto de verdades imutáveis, a ciência é um processo vivo, portanto, dinâmico e coletivo.
O conhecimento de hoje não é um ponto final, mas um degrau em uma longa escada de descobertas e inovações.
Conclusão: Por que a Ciência é essencial?
A Ciência não é apenas a catalogação de um conjunto de fatos, é uma maneira de pensar e compreender o mundo.
Por meio da observação, análise, experimentação e colaboração, construímos um entendimento cada vez mais sofisticado da realidade – e com isso, transformamos nossa existência.
No entanto, o progresso científico não vem sem desafios. A mesma ciência que cura também pode ferir.
O desenvolvimento da energia nuclear, por exemplo, possibilitou a geração de eletricidade limpa e eficiente, mas também levou à criação de armas devastadoras, como as que destruíram Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Os avanços da Inteligência Artificial prometem Revoluções no Trabalho e na Educação, mas também levantam questões éticas sobre privacidade e controle.
A Ciência, portanto, é uma ferramenta poderosa, cujo impacto depende inteiramente de como a utilizamos. O conhecimento científico não possui moral própria; são nossas decisões que determinam suas aplicações.
É por essa razão que compreender e participar ativamente do debate científico torna-se essencial.
A Ciência prospera através do diálogo e da colaboração. Então, por favor, compartilhe este texto em suas redes sociais e deixe nos comentários sua visão sobre o papel da ciência na sociedade.
Que experiência ou descoberta científica mais impactou sua vida? Vamos construir juntos essa discussão!